Byblos, a maior livraria do país, fecha as portas.
A Livraria Byblos, a maior do país, inaugurada há um ano em Lisboa, encontra-se hoje encerrada sem qualquer justificação aos clientes que se dirigirem às suas instalações, nas Amoreiras.
Aquela que foi "a primeira livraria inteligente", num investimento de quatro milhões de euros realizado pelo empresário Américo Areal, encontra-se hoje de portas fechadas e está a decorrer no interior uma reunião com os trabalhadores.
Fonte da empresa disse à Agência Lusa que os funcionários foram hoje informados do encerramento.
A Livraria Byblos, localizada num edifício nas Amoreiras, disponibilizava 150 mil títulos numa área de 3.300 metros quadrados, dispondo de um sofisticado sistema de identificação por radiofrequência, que o empresário chegou a destacar como "único no mundo".
Antes da inauguração, em Dezembro de 2007, Américo Areal, antigo dono das edições Asa, declarou que esperava facturar anualmente 10 milhões de euros e abrir mais três livrarias, no Porto, em Braga e em Faro.
(in expresso 21/11/2008)
A possibilidade de um grupo editorial e livreiro assumir a gestão da Byblos assume-se como cada vez mais remota. A avaliar pelas reacções recolhidas pelo JN, a megalivraria lisboeta, que anteontem anunciou o encerramento, não deverá reunir interessados que viabilizem a sua reabertura.
Quatro dos principais grupos a operar no sector - Porto Editora, Bertrand, Leya e Civilização - descartam qualquer interesse na livraria criada pelo empresário Américo Areal, alegando possuir estratégias em curso que não contemplam a aquisição de espaços já existentes.
Líder do segmento escolar, a Porto Editora abriu recentemente uma livraria Wook no Mar Shopping, em Matosinhos, e prevê investir, ao longo do próximo ano, em dois novos estabelecimentos da rede, um dos quais será na Grande Lisboa. Por isso, Paulo Gonçalves, responsável do gabinete de comunicação e marketing, adianta "não existir interesse" da Porto Editora.
Idêntica estratégia de expansão tem a Bertrand, proprietária da maior rede de livrarias a nível nacional, com 56 lojas. "A nossa estratégia assenta numa cobertura geográfica nacional. De momento, privilegiamos cidades que ainda não possuem uma grande oferta livreira", afirmou Teresa Figueiredo, directora de marketing da Bertrand. Já na próxima semana, o grupo, detido pela Bertelsmann, vai inaugurar uma loja em Viseu.
Também a Civilização anunciou, através do gabinete de comunicação, não estar interessada na Byblos. O grupo portuense, que detém as livrarias Leitura (no Porto) e Bulhosa (em Lisboa), planeia abrir nos próximos meses uma loja de grandes dimensões, na Baixa do Porto.
Fora do leque de potenciais interessados encontra-se também a Leya. Recorde-se que foi a venda da ASA a Miguel Paes do Amaral - sócio maioritário do grupo, a par do holandês Nicolas Berggruen - que permitiu a Américo Areal a concretização do sonho de tornar-se livreiro.
(in_Jornal_notícias 23/11/2008)
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