Produtora acusa Paulo Branco de "roubar" ideia do Festival de Cinema no Estoril
Em 2007 houve o European Film Festival no
Estoril, em 2008 há o Estoril Film Festival. O primeiro era organizado pela produtora de eventos Mixreel, o segundo é produzido pela Leopardo Filmes, de Paulo Branco. A Mixreel
queixa-se de "roubo" da ideia do evento e de "colagem" ao modelo que criou em 2006 por parte de Paulo Branco, que convidou em 2007 para director artístico do evento. Branco rejeita a acusação: "Toda a concepção do festival sempre foi minha", das secções criadas aos convidados internacionais.
A Mixreel contactou em 2006 a Câmara de Cascais, maior patrocinador institucional dos eventos de 2007 e 2008, para uma parceria com vista a criar um festival internacional de cinema, com estrelas e no Casino do Estoril. Em Fevereiro, a câmara informou a produtora de que desejava "adoptar um novo modelo conceptual e alterar substancialmente o esquema organizativo", pondo fim à parceria, que deveria durar três edições.
A directora-geral da Mixreel, que registou a marca European Film Festival e planeia regressar com ela em 2009, sem local em vista, reiterou ao PÚBLICO que a empresa considera o Estoril Film Festival uma "cópia" do European. "O projecto não é do Paulo Branco. O projecto do Estoril é o European, feito no mesmo sítio, com a mesma base, a mesma estrutura. É roubo", acusa Cristina Fernandes de Abreu.
Branco referiu-se já publicamente ao festival de 2007 como uma "edição- piloto" ou "ano zero" . Em breves declarações ao PÚBLICO, fala em "irresponsabilidade" da Mixreel durante os meses de organização do European, acusando a empresa de ausência de ideias para montar o festival em 2007. As partes admitem problemas nos dias que antecederam o European, sem precisarem quais. Paulo Branco assumiu a direcção-geral do evento, incluindo a sua gestão financeira, dias antes do início do festival; diz que foi a Câmara de Cascais a romper com a Mixreel "para salvar o festival pouco tempo antes" do seu começo. E que foi a mesma entidade que lhe pediu "para continuar este ano, para criar um festival com alguma projecção".
Sem Branco não viriam os grandes nomes, admite a Mixreel, "mas se nós tivéssemos capacidade para isso, não precisávamos de um director artístico. É o que se passa em todos os festivais", riposta Cristina de Abreu.
António Capucho, presidente da Câmara de Cascais, disse ao 'Público' por e-mail que não comenta os motivos da ruptura entre Paulo Branco e a Mixrell, mas acrescenta: "O que sei e é incontroverso é que, sem director, o festival ao nível que estava programado e que tinha merecido o nosso apoio ficou comprometido."
Processo em tribunal
Processo em tribunal
Cristina Fernandes de Abreu tem um processo por dívida (cerca de 80 mil euros) e incumprimento contratual contra Paulo Branco em tribunal. "Eu é que tenho um processo contra eles, uma providência cautelar interposta logo a seguir ao festival do ano passado, por difamação", diz Branco. Quanto a dívidas, "as que foram assumidas por nós estão todas cumpridas".
A Mixreel fez uma exposição do caso aos Ministérios da Cultura e da Economia, ao Instituto do Cinema e Audiovisual (que não está associado ao Estoril Film Festival) e ao Instituto de Turismo de Portugal, sem respostas. Em 2009, contam retomar o European. Quanto ao alegado "roubo" do conceito, a empresa diz que não recorreu à justiça porque esperou que, em tempo útil, a questão se resolvesse através das entidades às quais fez denúncias.
(in público_19/11/2008)
Comentário a esta notícia: 19.11.2008 - 00h17 - Tânia Correia, Lisboa, Portugal
Porque será que os jornalistas não investigam tanta fraude deste pirata das caraíbas? A história de ter vendido todos os direitos comerciais dos filmes históricos portugueses à PT, através de uma empresa sediada no Panamá de nome sueno filmes e por 25 milhoes de euros é uma FRAUDE!!! Muitos anos a ser subsidiado para "fazer" filmes pelos contribuintes para vender à PT?? Mais jeito para "fazer" negócio do que filmes!! Engana meio mundo hà 15 anos e nem uma notícia?? Anda há anos a receber 5 milhoes por ano para fazer filmes sem conseguir vender 5000 bilhetes por ano? Não há almoços grátis e já deve ter umas lojas de luvas e muita fruta espalhadas em nome da família!Comentário a esta notícia:18.11.2008 - 17h22 - José Sá, Lisboa, Portugal
É sempre o mesmo, agora com outros nomes. Ao ICAM ficaram por pagar 20 milhoes de euros que os amigos em 2005 descontaram na contabilidade do instituto em dívidas incobráveis. A Lusomundo comprou-lhe por meia dúzia de milhões os filmes que custaram 50 aos contribuintes (que ninguém foi ver) para ele ficar com o dinheiro e fechar a produtora Madragoa atolada em dívidas e reabrir com a do "gato pardo", enquanto os credores ficaram todos a arder... mas não deixa de ser subsidiado. As queixas no Ministério da Cultura batem e voltam para trás. A cinemas Millenium do Alvaláxia e Freeport foram mais 25 milhões de euros dos credores e em que este senhor se safou das acusações de gestão danosa apesar de ter sido condenado no tribunal cível de aumentos de capital fraudulentos nesta empresa. Para não falar das questões do adiantamento de centenas de milhares de euros em empréstimos ilegais consentidos pelo nosso Ministério da Cultura. Para além de estarem proibidos por lei, foram uma burla por que para serem pagos pelo branco presumiam que os filmes do Manoel de Oliveira fizessem mais de 500 mil espectadores quando a média anda nos 8 mil... Está tudo no relatório do tribunal de contas de 2004
(in_Público on-line 19/11/2008)
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