sábado, 23 de maio de 2009

Livraria Buchholz fechada



Livraria Buchholz fechada e o seu conteúdo será leiloado

O conteúdo da livraria Buchholz será leiloado ou vendido por proposta em carta fechada, porque a assembleia de credores de quinta-feira não encontrou uma solução que a salvasse, segundo uma ex-funcionária citada pelo site tvi24.pt.

Encerrada desde 23 de Abril depois de ter sido declarada insolvente por sentença judicial de 22 de Janeiro deste ano, a livraria lisboeta situada na rua Duque de Palmela, há décadas considerada um espaço de referência na divulgação de obras nacionais e estrangeiras, deixa no desemprego nove funcionárias com salários em atraso.

De acordo com a ex-funcionária Sandra Carapeto, os bens que se encontram na livraria acabarão em leilão ou numa venda por proposta em carta fechada, cuja data não foi ainda marcada.

A mesma fonte disse ao tvi24.pt que, contudo, depois de penhorados pelas Finanças, muitos dos bens da Buchholz foram retirados do estabelecimento e colocados noutras livrarias que estão a usar "indevidamente" o nome "Buchholz".

Quando foi declarada a insolvência, o cenário não parecia tão negativo, prosseguiu Sandra Carapeto, porque tudo indicava que a Fundação Agostinho Fernandes pretendia comprar a Buchholz.

A sócia maioritária da livraria, Karen Ferreira, terá aceite a ajuda de Diniz Nazareth Fernandes, neto do industrial Agostinho Fernandes que preside à Fundação, de cujas operações as funcionárias começaram a suspeitar - por não existir qualquer registo legal da sua existência - quando os salários continuaram em atraso e as contas de electricidade por pagar.

Diniz Fernandes continuou, por outro lado, a abrir livrarias, uma em Aveiro e outra no Chiado, no largo Bordalo Pinheiro, que ostenta o nome de "Buchholz Livreiros" na montra e que, sublinhou Sandra Carapeto, "não tem condições para estar aberta" e que "mais uns meses e fecha portas".

O facto de outras livrarias com o nome Buchholz terem sido abertas enquanto a original estava endividada suscitou dúvidas aos credores, não existindo - segundo a ex-funcionária do estabelecimento - qualquer documento que prove que a Fundação Agostinho Fernandes tenha comprado o nome "Buchholz".

"Como está a ser feito uso abusivo do nome, foi pedido ao administrador da insolvência que fossem tomadas medidas para retirar o nome das outras livrarias", adiantou.

Nos termos do relatório do processo de insolvência da livraria Buchholz, citado pelo tvi24.pt, o estabelecimento tem 876 credores, entre fornecedores nacionais e estrangeiros, dos quais apenas 25 reclamaram a dívida.

Entre eles, encontram-se o Ministério Público, que reclama cerca de 178 mil euros, e a Segurança Social, 777 mil euros, de uma dívida que ascende a um total de 1,3 milhões de euros.

Diário Digital / Lusa 

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