Passou um ano sobre a tomada de posse do Ministro da Cultura José António Pinto Ribeiro, e a política cultural do ministro para o Cinema é neste momento ainda omissa. Insólito?
Julgamos que o ministro acreditou que com o ICA (com a sua eterna Direcção
"comprometida" e em permanente redução de meios) e o recém-criado FICA (com
a sua ineficiente estruturação mas com recursos financeiros extraordinários)
seriam os mecanismos de implementação de uma dinâmica nova no Cinema em
Portugal.
Aceitou portanto o legado natural de Mário Vieira de Carvalho (o defensor dos "dois tipos" de Cinema) e de Isabel Pires de Lima, sabendo de antemão que ninguém do sector antevia um resultado promissor para as práticas destes governantes, sob a vigilância da agenda política e negocial de Augusto Santos Silva. Criaram-se estratégias inéditas para o oportunismo, procedeu-se a práticas pouco transparentes, e sacrificou-se aos poucos os recursos que estruturalmente existiam para o Cinema neste pequeno território. O ministro assumiu portanto a chefia da "Comissão Liquidatária" do Cinema em Portugal.
Os resultados adivinham-se e vêem-se, o verniz começa a estalar, mostrando os compromissos bafientos e promíscuos das opções políticas para o Cinema e para o sector audiovisual.
Senhor Ministro, polémicas à parte: não se pode esperar que o nosso vazio de ideias, falta de medidas e de decisões vá alterar algo que parecia condenado à partida!
A falta de recursos não pode justificar tamanha falta de atenção ou a inoperacionalidade total de um sector cultural e económico determinante na sociedade portuguesa.
Salvem o Cinema em Portugal!
Fernando Vendrell
(enviado por e-mail Associação Portuguesa de Realizadores 03/02/2009)
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