A Ópera no Porto vitima das receitas do jogo.
Descida das verbas do Fundo de Fomento Cultural ditou decisão.
A quebra das receitas do Fundo de Fomento Cultural foi o real motivo do corte no subsídio para a produção de ópera no Porto. A esperança terá voltado esta sexta-feira, após encontro do primeiro-ministro com responsável máximo do Coliseu.
Mais do que a necessidade de centralizar na Casa da Música (CdM) o investimento do Estado na promoção musical no Porto - argumento invocado pelo ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro -, foi mesmo a descida acentuada dos dinheiros do jogo social, que financiam o Fundo de Fomento Cultural, o motivo pelo qual o Ministério da Cultura (MC) resolveu não prolongar o protocolo para a produção operática no Porto, em vigor há uma década.
Recorde-se que 2,2% do valor dos resultados líquidos de exploração dos jogos sociais (Totoloto, Totobola, Lotarias e Euromilhões) é atribuído ao MC, que, por sua vez, encaminha as verbas para os beneficiários do Fundo.
A deslocação, ontem ao final tarde, do primeiro-ministro ao Porto não serviu apenas para o anúncio de um novo pacote de apoios às PME, desta vez no âmbito dos seguros. No encontro, José António Barros, presidente da Associação Empresarial de Portugal que lidera os destinos dos 'Amigos do Coliseu do Porto', transmitiu informalmente ao chefe do Governo o desagrado pelas recentes afirmações do ministro da Cultura e obteve de José Sócrates a garantia de um esclarecimento rápido da situação.
Mesmo com o evidente azedar de relações com o MC, o presidente dos "Amigos do Coliseu" não descarta um entendimento mal haja uma inflexão na posição assumida publicamente pelo ministro. "O que nos interessa é retomar a ópera no Coliseu com a maior brevidade possível", adiantou.
Acusado pela própria bancada socialista de "total desconhecimento em relação à actividade cultural do Porto" por ter insinuado a escassa utilização do Coliseu da cidade, Pinto Ribeiro vai ser confrontado, já na próxima semana, na Assembleia da República, com um requerimento a apresentar pelo deputado comunista Jorge Machado.
Contactado, também o vereador de Cultura da Câmara do Porto optou por não pronunciar-se sobre o tema.
(in_JN 10/01/2009)
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