segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Sociedade Portuguesa de Autores paga 2 milhões e reintegra funcionários

Sete ex-funcionários reintegrados na SPA
Depois de o Tribunal do Trabalho ditar uma indemnização histórica à ex-adjunta da administração, demitida em 2004, eis que o Supremo aplica mais um golpe nas contas da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), ao condenar a instituição a reintegrar sete trabalhadores.


O caso remonta a Dezembro de 2004, quando a SPA dispensou sete funcionários (sobretudo) administrativos, por despedimento colectivo, alegando extinção de funções. Agora, após o recurso para a Relação e para o Supremo, este último ditou sentença: a SPA tem de pagar os salários devidos pelos quatro anos em que os funcionários não receberam, bem como reintegrá-los, o que aconteceu na passada quarta-feira.

"Os sete funcionários já estão reintegrados e em funções efectivas", confirmou ontem ao CM José Jorge Letria, vice-presidente da SPA. Quanto aos salários em falta, "[os 550 mil euros] serão pagos por via normal, pelos Recursos Humanos e não haverá salários em atraso", como garantiu José Jorge Letria, lembrando que a "SPA tinha já este valor em provisão".

O mesmo se passa quanto à indemnização a Catarina Rebello, ex-adjunta da administração, que, como o CM ontem noticiou, tem a receber, por despedimento indevido, cerca de dois milhões de euros. "É um valor exorbitante que muitos especialistas consideram invulgar", diz Letria. A SPA já recorreu para o Tribunal da Relação.

Esta noite, às 20h30, o plano de orçamento para 2009 vai a discussão em assembleia geral e Letria diz-se preparado para vozes discordantes. Afinal, como o próprio vice-presidente da SPA admite: "Estes valores [a juntar ainda ao acordo extrajudicial de cerca de 190 mil euros com o ex-presidente Luiz Francisco Rebello] penalizam a instituição e o próximo ano será de contenção."
(in_publico 23/12/2008)

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