quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Médico nega acidente no Rock in Rio



Um dos médicos de serviço no festival Rock in Rio 2004 rejeitou hoje em tribunal uma relação directa entre um acidente no slide do evento e as lesões que levaram a vítima a mover uma acção judicial.
O queixoso, Miguel Sousa Lara, pede uma indemnização à empresa organizadora do evento - Better World - de 50 mil euros por lesões várias, entre as quais uma rotura num menisco, mas o ortopedista Luís Teixeira explicou que o acidente no slide causou somente «lesões traumáticas».
«Há algumas referências a lesões traumáticas [num joelho] ou a queixas de dor na coluna. Traumatismo significa pancada e o relatório é explícito e não fala em fracturas», testemunhou o ortopedista, que foi chamado a depor pela advogada da Better World e comentou o relatório do incidente elaborado pelo Hospital de São José.

«Esse tipo de exames mostra como altamente improvável uma lesão no menisco. As lesões meniscais são lesões de torção», disse, considerando que o queixoso, ao embater contra a estrutura metálica, sofreu um «traumatismo directo», logo, «uma pancada», não sendo por isso motivos para uma operação ao menisco.

A 29 de Maio de 2004, Miguel Sousa Lara foi transportado de maca para o hospital de São José, em Lisboa, depois de o sistema de travagem do slide ter falhado, levando-o a embater contra uma das torres presentes no local.
Além da indemnização, o queixoso reclama mais seis mil euros pelas despesas que teve depois do acidente: operações ao joelho e ao cotovelo, sessões de fisioterapia, mesoterapia.

O médico explicou ao juiz, Carlos Oliveira, que os exames apresentados em tribunal não referem «rotura do menisco», o mesmo acontecendo com uma ecografia a um cotovelo, lesões a que o queixoso foi operado dois anos mais tarde.
Na sessão de hoje, o filho do queixoso explicou que o progenitor sempre foi um homem activo e praticante de desportos como futebol ou ténis.

«Depois do acidente, quando voltou para casa tinha muitas dores, no cotovelo, no joelho e nas costas. Dores intensas que duraram até à cirurgia [dois anos depois]», disse Luís Sousa Lara, garantindo que o queixoso «teve que deixar de praticar desporto».

Neste processo, além da acção judicial contra a Better World - empresa organizadora do evento - o autor moveu igualmente uma acção contra a firma contratada para operar e montar o slide, a Oxigen/Impacto Desporto Recreativos, Lda.
A próxima sessão deste julgamento está marcada para sexta-feira, às 9h30, na terceira vara do Palácio de Justiça.
(in_Sol 08/10/2008)

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