terça-feira, 4 de novembro de 2008

A má fé da WORTEN Rock Rendez Vous

Descobrir e promover novos talentos foi o lema sob o qual a cadeia de lojas Worten lançou o concurso Rock Rendez Worten (RRW). A iniciativa queria recordar o espírito do mítico bar Rock Rendez-Vous e o concurso de Música Moderna que revelou bandas como os Mão Morta, Pop Dell'Arte e Ornatos Violeta.
Mas o espírito do RRW foi de discórdia e a entrega de prémios, esta quinta-feira à noite, no Santiago Alquimista, não vai contar com muitos dos artistas que por direito deveriam lá estar.

As bandas concorrentes ao RRW inscreveram-se a partir do site www.RRW.pt, mediante a aceitação do regulamento publicado no mesmo. Entre 3 de Junho e 15 de Setembro, os grupos - separados pelas categorias Rock, Pop, Rap/Hip-Hop/R&B, Metal, Reggae, Alternativo e Outro - estiveram sujeitos a uma votação online que elegeu os melhores projectos de cada estilo musical.

Segundo o regulamento do RRW, seriam escolhidos quatro artistas em cada categoria para actuar na respectiva final no MusicBox, em Lisboa. Essas quatro bandas deveriam sair do lote dos sete melhores da votação online, sendo que duas seriam escolhidas pelo júri e as outras duas pelo público e pelos padrinhos do concurso.

«Organização violou as próprias regras»

Porém, não foi o que aconteceu na primeira final, a da categoria Rock, realizada no dia 1 de Outubro. Ao contrário do estipulado no regulamento, foram apenas duas as bandas que actuaram no MusicBox: os Air Bag, 13º na votação online, e os Tetanus, que tinham ficado em 28º.

«A organização violou as próprias regras», acusa Alexandre, baterista dos Arames Farpados, a banda que com 1348 votos ficou em primeiro lugar na categoria Rock.

O jovem de 16 anos falou ao IOL Música sobre a frustração de ter ficado de fora da final do concurso e explicou a razão para que nenhum dos sete primeiros classificados tenha actuado no MusicBox.

«Pediram-nos para assinarmos um contrato com vários pontos maus para as bandas como, por exemplo, ceder os direitos de autor por tempo indeterminado», disse.

O contrato da discórdia
Sem a assinatura do contrato, de resto não previsto no regulamento, e de uma declaração que negava a afiliação na Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), os Arames Farpados não poderiam actuar na final em Lisboa. E foi assim que aconteceu. A banda portuense propôs a alteração de algumas cláusulas do contrato, mas a resposta foi negativa.

«Foi uma falta de respeito pelas bandas que deram vida ao site», lançou Alexandre. A situação denunciada pelos Arames Farpados atingiu todas as restantes categorias do RRW, incluindo a de Metal, onde os Black Burn Hate, vencedores da votação online, ficaram de fora da final por recusarem assinar o contrato imposto pela organização.

«Fomos convocados para actuar no dia 6 de Outubro no MusicBox, mas, para que tal actuação tivesse efeito, teríamos que assinar, no prazo de meio dia, um contrato pouco esclarecedor», disse Hélder Pereira, baixista da banda vimaranense.

Diferença de tratamento
No entanto, e como o IOL Música apurou, nem todas as bandas participantes nas finais assinaram o contrato que levou à desistência dos Arames Farpados, dos Black Burn Hate e de vários outros projectos.

Foi o caso dos Nortada, que, depois de se classificarem em segundo lugar na votação online de Pop, foram escolhidos para actuar na final de 7 de Outubro. «Não recebemos qualquer contrato, apenas tivemos que assinar uma declaração a dizer que não pertencemos à SPA», revelou João Girão, vocalista dos Nortada.

A diferença de tratamento resulta, na prática, na adulteração do regulamento do RRW. Em jeito de desabafo, Alexandre (Arames Farpados) atira: «É uma tremenda injustiça».

Confrontada com estas acusações, a Worten prometeu uma resposta ao IOL Música, mas, ao fim de duas semanas de espera, não recebemos qualquer explicação.

(in_IOL Portugal Diário 25/10/2008)


(MONO)CULTURA sugere artigo relacionado:

-"O Contrato da Discordia"

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