quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Os azulejos que não querem ser defendidos.


Maria Keil não compreende como anda a circular uma petição para a reposição dos seus azulejos no Metro

“Em que mundo é que vivemos, que põem coisas assim na Internet sem falar com ninguém?”, interroga Maria Keil, a pintora, ilustradora e ceramista, actualmente com 94 anos. Mais de três mil pessoas já subscreveram na Internet uma petição que a apresenta como vítima do Metropolitano de Lisboa, por este ter destruído alguns dos seus painéis de azulejos. Só que ninguém falou com a artista, que há muito chegou a acordo com a empresa. “A petição é um perfeito disparate”, comenta, abismada com a história, “foram pegar nisto agora para quê? Quem querem atingir? É horrível”. O documento apresenta como recente um caso com mais de uma década. A sua criação é um autêntico fenómeno de ‘bola de neve’ típico da Net e dos blogues. Um pequeno comentário dá origem a um texto inflamado que deturpa os factos e cuja informação todos dão como certa. Em causa está a destruição de alguns dos painéis de azulejos de Maria Keil durante as obras de alargamento e remodelação de estações de Metro ocorridas nos anos 80 e 90. Especialmente em foco está a intervenção na estação dos Restauradores (em 1997), cujos azulejos foram irremediavelmente destruídos, enquanto que os da estação de São Sebastião serão repostos, mantendo o seu aspecto original, de acordo com o estabelecido entre a transportadora e a artista.

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