domingo, 15 de fevereiro de 2009

Denúncia de plágio contra advogado escritor.

Miguel Veiga, conceituado advogado do Porto e fundador do PSD, foi denunciado por plágio. A queixa refere-se ao seu livro ‘O Meu Único Infinito é a Curiosidade’ (Portugália Editora).

A denúncia, entregue em Novembro no DIAP (Departamento de Investigação de Acção Penal), partiu de João Sousa Dias, professor de Filosofia na Escola Artística Soares dos Reis. Na queixa, sabe o CM, Sousa Dias identifica transcrições de três páginas da sua obra ‘Questão de Estilo, Arte e Filosofia’ (Pé de Página Editores) no artigo publicado no livro de Veiga sob o título ‘Em Viagem na Locomotiva dos Sonhos de Eduardo Paz Barroso’. Contactado pelo CM, Sousa Dias confirma a queixa: "Confirmo a queixa, mas não comento, visto o processo se encontrar em inquérito."

Já o advogado diz "desconhecer a denúncia". Mas esclarece: "Eu até citei Sousa Dias através da expressão [latina] ‘apud’, como poderia ter sido ‘sic’, ‘ut’ ou ‘cf’. Não tenho é presente se fiz transcrição ou se usei só uma ideia dele", justifica, reforçando que o ‘apud’ "afasta a intenção de apropriação".

Segundo o professor jubilado da Faculdade de Letras de Lisboa Aires Nascimento, "‘apud’ significa ‘junto de’ e usa-se quando se colhe uma citação de um terceiro autor, na obra de um segundo. Se há transcrição [segundo o autor da denúncia] e é usado o ‘apud’ é porque se desconhece a aplicação dos elementos de referência. Deviam ser usadas aspas e referidos a obra e o autor citados."

SARAIVA AFASTOU MIGUEL VEIGA

No seu livro ‘Confissões’, de 2006, José António Saraiva explica por que afastou Miguel Veiga, então colunista do ‘Expresso’, jornal que dirigia. Saraiva escreve que Manuel Freire, da Sociedade Portuguesa de Autores, lhe deu conta de "um pretenso plágio" em Março de 2005. "Cerca de um terço do artigo de Miguel Veiga era transcrição do texto de Clara Crabbé Rocha", escreve. Veiga pediu desculpa à autora e justificou a omissão da referência à fonte: os seus textos, escritos à mão, eram dactilografados pela secretária. Ao segundo alerta, um mês depois, o actual director do ‘Sol’ suspendeu a colaboração do advogado com o ‘Expresso’. Veiga diz que a atitude foi "uma canalhice". Além disso, o advogado garante ao CM: "Ele deturpou o caso, omitindo [no livro] a minha resposta."
(in correio da Manhã 15/02/2009)

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