Joana Morais Varela, directora da revista Colóquio/Letras, da Fundação Calouste Gulbenkian, foi suspensa das suas funções, tendo-lhe sido aberto um processo disciplinar, por alegadamente ter usado "afirmações e expressões de carácter injurioso, dirigidas aos diferentes membros da administração", segundo os termos da notificação do processo, assinada pelos administradores Isabel Mota e Eduardo Marçal Grilo.
Tanto Joana Varela como Marçal Grilo confirmaram ontem quer a suspensão, quer a existência de um processo disciplinar. O administrador, antigo ministro da Educação, adiantou ainda que durante o processo haverá um director interino da revista, mas que neste momento ainda não existe um nome para esse cargo.
O desentendimento entre Joana Varela e a administração da Gulbenkian começou quando a directora da Colóquio/Letras, cargo que ocupa desde 1996 e no qual sucedeu a David Mourão-Ferreira, recebeu uma proposta para integrar o novo conselho editorial da revista - convite que recusou por considerar tratar-se de uma despromoção.
Na sequência desta recusa, Joana Varela enviou à administração e a todos os funcionários da fundação um e-mail, cujo conteúdo terá desencadeado a abertura do processo disciplinar. Este, segundo a nota assinada pelos dois administradores, deverá conduzir "à aplicação da sanção que se mostrar adequada" e que poderá incluir "o despedimento com justa causa".
Marçal Grilo tinha dito na sexta-feira ao Diário de Notícias que a administração pretende que a revista volte a sair com periodicidade trimestral, o que nos últimos tempos deixara de acontecer. A publicação, que existe desde 1971, começou por ser bimestral, passando a trimestral em 1992.
(in_público 09/11/2008)
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